Salva Pela Maldição - Cap 18 - O recado

 Capítulo 18 - O Recado




Depois que Irene desliga o celular, estava toda cheia de si.

Íris fica espantada com a autoconfiança da amiga, mas ao mesmo tempo, com orgulho.

- Menina! Você arrasou! Isso mesmo tem que se impor! Agora vamos ver se a outra parte está realmente interessada! Porque depois dessa sua fala, eu teria te mandado a merda! - interpôs Íris - Pobre metida a besta! Como pode ter feito isso!? Sua louca!  Desse jeito ele vai desistir!  Ele tem dinheiro e você quer impor exigências? No que estava pensando?

- Na minha família! Se esse louco tarado, pensa que vai tirar vantagem, só porque tem dinheiro, eu chamo a polícia!

- Vai com calma! Nada de trocar os pés, pelas mãos! Em primeiro lugar, tem que conversar, para saber qual é a proposta dele! O que foi que o cara falou?

- O secretário, disse que ele nessa semana está ocupado. Todavia, vai me dar uma resposta sobre o encontro. E tem que ser como eu pedi. Só assim que vou aceitar.

- Primeiramente, eu ouvi o que você falou! Quero saber se, do outro lado, a pessoa recebeu numa boa. Já que você estava alterada!

- Como disse. Ele vai retornar assim que tiver uma resposta. Segundo o secretário, ele tem negócios importantes para resolver.

- Vamos esperar então! Contudo, espero que essa sua postura, não prejudique o plano.

- Que plano?

- O de ganhar uma grana com isso! Não lembra?! Ele comentou em indenização!

- Quero mais esse maluco longe de mim, isso sim!

- Ok, mas certamente que se ele propor dinheiro você não vai recusar! Né?

- Assim... Depende da proposta!

Irene foi para casa se arrumar, para ir trabalhar. Então, Íris ficou de entrar em contato, caso o secretário retornasse à ligação.

Um pouco depois, quando Jun ligou, ouviu uma voz diferente da anterior.

- Senhora Irene?

- Não! Não é ela! Eu sou a amiga, Íris.

- Desculpe incomodar, Mas, porque está atendendo o celular dela? - perguntou Jun, curioso.

- Não é dela! Esse número é meu! - explicou Íris - É o secretário do senhor Choi Goon Yoon? Pode falar!

- Me desculpe. Mas tenho ordens de falar somente com a senhora Irene.

- É sobre o encontro? Pode me passar as informações, eu passo o recado para ela.

- Me desculpe, mas só irei falar com ela sobre isso. Então, tenha uma boa tarde! - Jun desligou o celular, sem deixar Íris explicar a situação.

Assim que ouviu o outro lado desligar, resmunga:

- Grosso! Nem me deixou explicar!  E agora o que faço?!

Em seguida, Íris chamou um moleque conhecido que estava brincando na rua, pegou um pirulito que tinha na sua bomboniere e pediu para dar um aviso para Irene no mercado.

o recado

- Oh, Tatu! Não esqueça, diz para a tia Irene vir aqui depois do trabalho. É importante ela passar aqui hoje! Eu tenho algo importante para falar para ela. Então, toma o pirulito e vai correndo.

- Sim tia! Vou correndo agora mesmo.

Em seguida, o moleque passou pelo carro parado na esquina.

Notou ser o mesmo japa, que lhe deu deiszão, por isso, abanou para o homem sorridente. Então, se aproximou da porta e bateu no vidro.

O senhor Kim tentou ignorar mas o rapaz insistiu, continuando a bater no vidro da porta do motorista. Então abriu, para não chamar atenção.

- O que foi? O que você quer?

- Só cumprimentar! Está perdido de novo? Quer uma ajuda?

- Não precisa! Estou só de passagem, vai se retirando e nada de tocar no carro! Vai embora!

- Tenho que dar um recado para tia Irene, ali no mercado. Se precisar de ajuda, só me pedir!

- Tia Irene?

Tatu: O Menino dos Recados

- É! Ali, a caixa do mercado. – o moleque aponta para ela. Da esquina dava de ver Irene com clareza sentada no caixa.

- Aquela mulher é sua tia mesmo?

- É, quer dizer! Tia de sangue, não! Mas é a tia, assim como as outras mulheres do bairro. – o senhor Kim olhou incrédulo para o rapaz. O menino abriu a boca para falar, mas foi interrompido.

- Não precisa explicar! Já entendi. Mas, qual é o recado que precisa dar para ela?

- Nada de mais. Apenas é para ir à casa da tia Íris, após sair do trabalho. Que a tia Íris tem que falar algo importante hoje! E não amanhã.

- Quem é a tia Íris?

- A dona do salão de beleza, naquela rua que o senhor estava perdido, lembra?

- Elas são parentes?

- Não, só amigas! Está interessado em uma delas? O senhor é solteiro?

- Por quê?

- Porque, a tia Íris me pediu, para falar bem dela, para todos os homens solteiros que eu conheço! Ela quer casar! – menino falou balançando a cabeça inconformado.

- Que tipo de casamento ela irá conseguir, sendo você o casamenteiro? - perguntou o Sr. Kim, incrédulo do que ouvia.

- Não me leve a mal. Mas conheço homens melhores que o senhor! Teve um moço que por eu ajudar ele, me deu cinquentão. E o carro dele era bem melhor que o seu! – senhor Kim não aguentou e começou a rir.

- Então me faça um favor?

- Sim. Estou a sua disposição, tio!

O senhor Kim escreveu num bloco e depois dobrou o papel, e passou outro papel embrulhando o primeiro. 

- Pegue esse recado e entregue para a sua tia Irene. Só diz que um bom homem pediu para entregar. Não fale, nem sequer mencione que me conhece. Você nunca me viu, ok?!

o recado

- Sim. Mas o que ganho com isso?

- Cinquentão!- o menino arregalou os olhos. - Olha! – o senhor Kim apontou para a outra esquina. Onde, quem estivesse no mercado, não podia ver o carro parado ali. - Vou ficar ali. Após entregar, vem pegar o seu dinheiro.

O menino pegou o embrulho e correu para o mercado. O senhor Kim saiu daquele local e foi para outra esquina.

O menino chegou no mercado com o coração na mão, de tanto que correu. Foi falando quase sem fôlego, com Irene.

- Tia, tia! Tenho dois recados para a senhora!

- Oh! Maluco! Tenha calma! Fala devagar. Que desespero é esse? – o rapaz iria continuar, mas Irene tapou sua boca.

- Respira fundo! Se acalme, aí sim pode falar! – depois de um tempo o menino entregou um embrulho na mão dela.

- O que é isso?

- Tem um recado aí dentro! Um homem bom me pediu para te entregar.

- Quem é esse homem? E como sabe que ele é bom?

- Não sei tia! Ele só pediu para entregar para a tia da caixa do mercado. E disse, ser um homem bom.

- Como sabe que sou eu?! Dona Maria também fica no caixa.

- Ele disse o seu nome. Dona Irene.

- Só isso?

- Sim.

O Homem Misterioso.

- Você conhece esse homem?

- Nunca vi na vida!

- E o que mais tem para me dizer?

- Ah! A tia Íris quer que vá hoje na casa dela. Ela tem algo importante para lhe contar.

- Só isso mesmo, Tatu?! Não tem mais nada para me dizer?

- O que mais eu teria?

- Como era o homem que lhe pediu para entregar esse recado? – falou mostrando o embrulho.

- Normal! Uma cabeça, dois braços. Duas pernas, um tronco. Nada de estranho tia!

- Mas a aparência? Alto, baixo, gordo ou magro? Como ele é? Moreno ou claro? Tem olho amendoado?

- Tia eu nem notei isso! Eu estava vindo lhe dar o recado da tia Íris então ele me parou e entregou isso, por coincidência era para você.

- Está bom, pode ir. – o menino ficou na frente, olhando para ela.

Irene pegou um chiclete e deu para ele. Depois disso saiu correndo para o lado oposto, de onde veio.

Em seguida, correu pegar o seu cinquentão.

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